passeio dentro de ti

nesta cidade, muito guarda-segredos e cantinhos rarefeitos. inacessíveis. na pele colada de balões e bailarinas..
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impossíveis palavras
..
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muitasimensotudo
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os acasos* são sempre difíceis de aceitar.
dirigem a lógica de uma forma escancarada
para becos sem saída.
e confrontam-nos com inversões de marcha,
como histórias a
começar do fim
.

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..
..
“livra-te de mim”
vês estes olhos?
vêem generosidade de onde saem
desastres como fatalidades.

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..
noite bonita
de borboletas a crisalidar
nas caixas de correio

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..
...
"e se.."
..
não há expressão
que mais nos atire
para a queda,
espalhando
suportes de vida
duvidosos.

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..

..
..
under blue moon
i saw you
too late to beg you
or cancel it

..
the killing moon
unwillingly mine
..

..
in starlit nights
i saw you
so cruelly you
kissed me

..
the killing time
you give yourself

..

..
..
não, não me
escrevas agora..
deixa os teus dedos aqui
mais um bocadinho

..

..

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...
podia começar o dia
do avesso mas
prefiro tocá-lo com a
ponta dos pés
dá-me um som bonito
para desenhar paisagens no chão
...
...bom dia..

..

..
..
...
shh..deixa-me ver-te daqui
... uma mão de luz percorre-te
a pele vertida
neste minuto de suspensão
da manhã. só teu.

quente, circular.
ficas tão bonita ao acordar
..
..

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..
..
hoje, num trabalho
no museu..

..
g [um menino de 5 anos]: "olha, tens borboletas a voar das pernas"
..
e [uma menina grande]: "e casulos a nascer na cabeça. e da boca dela saem cores. e saem mesmo"
..
..
a [um adulto pequeno]: "escolheste uma imagem desfocada"
..
eu [ela]: gosto assim. "aprendi a gostar de desfocados"
..
adultos adultos: [silêncio colorido na sala]
..

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... where the good good things are
..
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**

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hey, girl with one eye
i'll cut your little heart out
slipped my hand under her skirt
don't worry, it's not gonna hurt
..

..
took a knife and cut out her eye
took it home
pretty little face stopped me in my tracks
well, she's lucky that i didn't slip her a smile

..
now she sleeps with one eye open

..
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.... +++
..
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...
...


..
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...
saudade de dar nomes
aos passarinhos da tua árvore.
lá fora.

..
...


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..
..
...
estive nos [nossos] sítios de sempre.
e esperei que a chuva

se acumulasse à volta dos sapatos,
a ver-me carbonizar incêndios.
..

..
escondi as mãos nas mangas do casaco.
tal como o corpo,
procuravam a posição fetal,
de calar a alma.
..

..

under a lilac tree

i was hypnotized by a strange delight
put my heart
gave myself in that misty light

..

..
lilac wine
it makes me see what i want to see
when i think more than i want to think
listen to me...cannot see clearly
isn't that she, or am i just going crazy, dear?

..

..
..
"se abrissem as outras pessoas,
encontraríam paisagens.
se me abrissem a mim,
encontraríam praias
"

..

..
as praias de agnès
agnès varda

..

..
...
[how much is your
time worthing?]

just what i’m able
to feel.



"we have sensory receptors for light,
sound, touch, hot and cold, and smell,
but we don't have
sensory receptors
for time.
this is a sense
constructed by the brain
"

..
[Jin DZ, Fujii N, Graybiel AM. Neural representation of time in corticobasal ganglia circuits. Proceedings of the National Academy of Sciences, Week of Oct. 19 2009]
..

..
..
.... fuck you!!!

..

..

..
...
"..e nas cores do prelúdio,
o denominador comum.
somos omnívoros que pretendem
consumar um só postulado,
comer a derradeira cor.
comer o coração."
...

..

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..
as coisas de verdade
são sempre tão bonitas

..


(aqui)

..
muito..

..

..
.............diz o meu nome


..

..

queres vir? queres?

come on baby
go out go out
and meet the world..
..


cause dreams
do come true

..
( 'bigada....* muitas)
..
..
tens a alma bonita
agora?
[sou péssimo a decifrar o que sinto]
ora junta letrinhas..

diz-me ao ouvido enquanto rabiscas
margaridas na mão.
és tão bonita quando sentes..
..


...

agora, mexia-te no cabelo.
com os braços iluminados.
[sentiste um vento doce
a insuflar?]

ver-te dançar é um diário íntimo.
quase uma maldição.
não há uma contabilidade visível
para as fragilidades que te fazem mulher.
eu decifrei o que sentes. e caminhas
constantemente com pés de vidro

nos fogos de artifício da rua.
amarrotados onde podíamos ter o sabor do mar.
e a distância de um grão de areia.
mas não me engano. nem por momentos.
a clandestinidade não se aplica a ti.
não é possível desenhar um vector inócuo
a passar pelo teu corpo.

..

..

...


...
..
quase quase a sair pela janela
mas agarrou-se bem.
depois, limpou os joelhos arranhados
e continuou

..

dusdin condren

..
rounding ..
rounding..

..

...

...
a noite
traz paredes líquidas
e um desejo não

mensurável
dos teus olhos .dos teus lábios
mãos. nossas.
...

..

...

beep beep

vamos passear
pela
inocência
...


...
apeteces-me assim

..
...
para ti
com a luz já a
desmaiar
sobre os corpos
..

..

...
...
...

entre dois amantes,
"a rendição não se ordena,
oferece-se"

...

pedro jordão


...

hey mr. this is the last train...

um gesto suado no teclado.
foi esta a distância entre nós.
ouvia ao longe vozes cruzadas,
misturadas com a parafernália
dos comboios e de vidas
.

que se abraçam, numa partida e
retorno constantes.
..


..
nem a tua nem a minha voz.
aprendi contigo
como o silêncio
pode ser tão ensurdecedor
.
..


..
...
se dançar com a luz nas mãos

prometes dançar com
braços de mar?
...




preparada?
.. ligado!
..
aponta, aponta mais para o fundo!
..
............. swim swim until
.................the land's a marker line
............and the body's salt and sky *

...

anda,

vamos tomar um café
..


..
apetece-me desenhar
um sorriso bonito
na tua face
com açúcar em pó
na ponta dos dedos
..
anda..
...
abracinho*
...
...
...
oh captain
my light captain..

stay here
..

..
we'll fix it..

...
...
...toca-me
"onde as mãos não chegam"
...


...

..

...

...


..
..
..
entra

sem pedir licença
..

kumi oguro


...................e provoca
................................muitos estragos

..

..

aperta

...... aperta mais um bocadinho
...


quero sentir
o bater do teu peito
pelo meio dos dedos

...
...

sweet sweet bird
...

i'll teach you how to dance
if you teach me
how to fly
...


stuart pillinger


...
....
"és um poema.
em absoluto."
...


então, escreve-me assim *
...
...
hey, mr. postman,
don´t want any news today.
just bring me home...

..

pronto. conto eu..

começo do dez, sim?
..
desconta-lhe três pontinhos neste ponteiro acelerado..
...
agora!
..


..
inclina um bocadinho..

foca, foca
estás aí!!!! vês?vês?

..
saltinhos, saltinhos..

...
...


..
..

tento dizer o que é sentir a tua falta

mas temo as margens de erro de umas quantas palavras deixadas de fora.
por isso, o que escrever, será em definitivo a mais pura imperfeição.
respiro devagarinho e invento segredos-malva.
nesses segredos, conto os acordes dessa tua dança na areia,
em que insistes não ter os pés no chão.
e desenho-te. nos rastos que deixas no ar.
...

...
ardem-me os olhos sempre que me lanças bóias de marcação porque, há algo de profundamente tocante em relação a ti. inexplicáveis, dos quais não consigo escapar. o não poder mentir não me faz uma pessoa de verdade e a verdade é que tenho, não um, mas dois olhos de vidro, onde as lágrimas são detalhes, detalhes, detalhes. devia aceitar uma porta dos fundos mas, quando começamos as frases com um 'devia', já alguma coisa não está no sítio certo. mente-me agora um bocadinho. diz-me que vês em frente. que me sentes na proporcionalidade de um imenso. assim, esta intencionalidade será já amanhã uma memória doce.
...

..
..

...
...

não gosto quando começas a falar dos problemas banais e de como astutamente atas os cordões às rotinas. não gosto. nunca to disse. mas hoje sinto-me cansada dos sentidos únicos. engolidos de uma só vez. é que ainda não consigo ver-te a conferir o troco na porta de um supermercado qualquer.
..

dusdin condren

..
proximidade, razão..nem sei como lhe chame. mas tenho dificuldade em perceber se o fazes para me acalmar, quando me sentes mais ansiosa, a prefigurar um escorregar dos nossos dedos, ou quando me queres consciente de que os amantes não escolhem saídas de emergência de cada vez que acendem incêndios… “sabes que és especial”… não há frase que mais caminhe para o fim de qualquer coisa. às vezes cansas-me.
..

..

the silent anagram

"sabes o que te posso dar?
se te quero tocar,
onde começo e onde acabo?"

...

...
por vezes, também não sei outra maneira
de agarrar o vento.
e continuo sem saber se
(este) azul
é de céu ou de
(mar)

*lindíssima maria sousa, tirado de uma outra luz maravilhosa (aqui)
...
...
though i think i can
..


because i care too much... because..

...

hoje

quero muito lavar a alma.
...

rita lino

...
como quem "precisa tanto de escrever
como de apagar o que escreve"

* pedro paixão


.....

...



...
...
.......................
dia de guardar silêncio nos bolsos
..

eleanor hardwick..


...

...
trinta cisnes no lago
dos teus olhos.
foi o que disse. não significa nada.
não poderiam aí nadar.
...

...
foi uma imagem. uma ideia.
uma vontade grande de dizer que te amo
e que vejo em ti tudo quanto sendo impossível
faria da vida um lugar perfeito.

..
caramba, (valter)
..

dance till you

..

littlegirlblue

...
can’t till you can’t till you

can’t till..

..

sentir a tua falta

..

dusdin condren

"é entrelaçar os dedos
nos elásticos que te cingem
o corpo"

**

..

..
heads on fire and drunken lights
sweet tortures fly on mystery wings
innocence is dripping red
pure evil


..
days devoured by hungry nights
in (love's secret domain)
i walk with you
in dreams
you're mine
..

this is mad love..
..

a sentir tudo isto

de alma cheia
...


...

..
"hoje parti o espelho.

..

ninorojo


um desafio à sorte
que me permite passar
para o outro lado."

*mafalda martins

estico o dedo..

..

há este estado de apneia

..

annette pehrsson

..
de tempo de entre-mundos
em que nos limitamos a
sobreviver um do outro

..

..
..

anna aden

quando tudo parece demasiado estranho, apetece vestir o casaco e imiscuir no teatro do mundo. analiticamente, marcamos linhas amarelas à volta do espaço calculado de pele. neste exercício de intransponíveis, as palavras chegam em murmúrios indecifráveis e as imagens sobrepõem-se ao longe nas neblinas dos cigarros. há esse ponto exacto em que saímos ilesos no fim da peça. o problema dos espaços reservados é que rapidamente se tornam devolutos porque nos habituamos a preencher vazios em ruas paralelas. e somos estuporadamente animais de hábitos.


..

não gosto de frases bonitas

as verdades raramente rimam.
raramente acabam nos pontos finais.


rita lino

queimam os dedos
e engolem-se muito mal


..

és um tudo e um nada

...

.annette pehrsson

..

não sei bem qual delas é uma verdade indissolúvel

..

quando o belo se escreve

com um mar a sair dos olhos.
...

anna aden

..

mesmo nas ausências,
ainda te capturo em câmara lenta.
e ainda
“observo demoradamente
a tua nudez”.

*diáspora. josé rui teixeira

..

....