passeio dentro de ti

nesta cidade, muito guarda-segredos e cantinhos rarefeitos. inacessíveis. na pele colada de balões e bailarinas..

tento dizer o que é sentir a tua falta

mas temo as margens de erro de umas quantas palavras deixadas de fora.
por isso, o que escrever, será em definitivo a mais pura imperfeição.
respiro devagarinho e invento segredos-malva.
nesses segredos, conto os acordes dessa tua dança na areia,
em que insistes não ter os pés no chão.
e desenho-te. nos rastos que deixas no ar.
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ardem-me os olhos sempre que me lanças bóias de marcação porque, há algo de profundamente tocante em relação a ti. inexplicáveis, dos quais não consigo escapar. o não poder mentir não me faz uma pessoa de verdade e a verdade é que tenho, não um, mas dois olhos de vidro, onde as lágrimas são detalhes, detalhes, detalhes. devia aceitar uma porta dos fundos mas, quando começamos as frases com um 'devia', já alguma coisa não está no sítio certo. mente-me agora um bocadinho. diz-me que vês em frente. que me sentes na proporcionalidade de um imenso. assim, esta intencionalidade será já amanhã uma memória doce.
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