passeio dentro de ti

nesta cidade, muito guarda-segredos e cantinhos rarefeitos. inacessíveis. na pele colada de balões e bailarinas..
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ontem fui ver o mar. precisei de olhar ao longe.
somos uma história em suspenso. a voar 
de uma forma estranha.
[és gaivota. respira.]
contas estrelas comigo?
[sou nómada. não sou príncipe.
louco e inconsequente. descontrolado. 
intenso.]
impossíveis portanto.
[estou em ti.
sem medo.]
hoje queria palavras.
[um dia converso contigo.]
diz-me hoje.
[voa.]
o teu pragmatismo é desconcertante.
[as vidas não são simples.]
mais vale não vasculhar dentro de ti.
[não sejas assim.]
vem.
[promessas.]
riscos.
[não sou racional. e gosto de te ver. 
uma forma de te sentir.]
e o que sentes, nómada, 
nessa terra distante?
[vontade de te ter. percorrer o teu corpo.
a uma velocidade vertiginosa.]
até onde ias?
[gosto de ti.]
acho que podíamos ser uma possibilidade. 
por isso é melhor parar.
[já estamos a fazer amor. tens consciência?]
sim. acho que sim. prometes o sempre?
[sou momento.]
só isso?
[há coisas que não precisam de 
fazer sentido.]
um dia dizes-me?
[desculpa.]
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