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saudades de tanta coisa. do meu plátano lá fora. do meu mar de inverno a morrer ao longe. de mão pela beira dos passeios no granito neblina. da luz quente na hora do lanche a coar veludo. de livros a cheirar a candelabro verde. como nos filmes. ou salinhas de alfarrabistas. de olhar parado sem depois no imenso das palavras silenciosas. das histórias de café. músicas familiares, dança sorriso, dedos no tamborilar da mesa. de viajar no imaginário. de viajar mesmo. da chuva nos vidros do elétrico a cheirar a ferro velho no carril impregnado nos pulmões. como quem guarda segredos valiosos em cofres fechados. abraço. só. o meu plátano continua lá. queria que me descosesses os olhos mas escondi a tesoura de pontas. talvez para me ensinares a não ter saudades. não pensar tanto. subir para o carrossel e adormecer como os pequeninos.
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