passeio dentro de ti

nesta cidade, muito guarda-segredos e cantinhos rarefeitos. inacessíveis. na pele colada de balões e bailarinas..
...
roça a loucura
explicar o porquê.
por tudo, por cada coisa,
porque sim.
não te conheço a voz,
mas é bom parecer ouvi-la.
..a divagar..
queres ir ao cinema?
não respondas..
o limbo parece-me
sempre algo bonito.
és bonita.
desculpa se parece
simples demais.
ou idiota. porque,
já passou o que poderia
ser invasivo.
e sinto o peso deste quase nada
que parece iludir o tempo.
sussurras-me uma história?
agora. com o mundo
ainda em silêncio.
baixinho, para não ouvir
quando paras.
ou para te confundir
com a realidade dos meus dedos.
levo-te a uma, hoje. à minha.
guarda-a. como balões
à volta do pulso.
vês? são os pormenores pequeninos
que fazem as histórias..
desculpas-me não dizer muito
o teu nome?
difícil explicar estes medos.
quase bons.
inexplicavelmente
de uma saudade.
e no meio do silêncio
(preciso de voltar lá, sempre)
respiramos de alívio.
sem sabermos muito bem
do que nos aliviamos.
talvez do ir.
detalhes, detalhes..
adoro ver a chuva pelo vidro.
vês a cidade a brincar.
fazes-me companhia hoje?
assim é mais fácil..
..

...
...
..