passeio dentro de ti

nesta cidade, muito guarda-segredos e cantinhos rarefeitos. inacessíveis. na pele colada de balões e bailarinas..

diluo nas mãos o ocre seco

..... de dedos afastados, deixo cair gotas pelo vestido.
e demoro-me a ver por onde se perdem.
no precipício da bainha, param.


.................................................... e invariavelmente caem.
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não sei se por vontade, se por incapacidade de retorno.
mas acredito que lhes pesem as decisões de um caminho.

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olivia bee
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hoje apeteceu-me guardá-las. parar infinitos.
juntei-as num frasco
e dei-lhes um céu.
e embora este azul
acabe “numa superfície de vidro, que não se consegue tocar”,
é o meu mar.
na bainha do vestido guardo o mar.
..

ato os fios d’ocre às pernas e
deixo-me flutuar no chão de ervas secas,
com o som das gaivotas nos olhos.
..
nas folhas de papel, é sempre tudo tão completo..

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